Ela é jovem. Bonita. Educada. Séria. Bem humorada. Amiga. Companheira. Trabalhadora. Guerreira. Sonhadora. Romântica. Doce. Terna. Meiga. Sensível. Honesta; e anda por aí se sentindo um peixe fora d'água. Não gosta de sair com um, dois, três, beijar, um, dois três, ficar com um, dois, três, transar com um, dois, três, e tudo no curto período de uma semana ou de um mês. Ela não se sente atraída pelo sexo fácil e descompromissado. Ela não se importa que muitos a julguem como uma velha chata e antiquada, só por pensar assim. Só por pensar que o amor, e se entregar pra outro alguém, vai além de fazer só por fazer. De ir só porque a maioria diz que é normal e que assim é a vida.
Ela escreve coisas bonitas. Tem milhares de dúvidas, e acredita que dia menos dia o cara certo vai aparecer. Ao contrário do que pensam, ela não é uma tola utópica, que vive sonhando com o impossível. Ela não acredita em príncipes encantados; acredita em um homem que acredite tanto no amor e nos valores perdidos, quanto ela acredita e sonha encontrá-lo qualquer dia desses, e quem sabe por fim vir a chamá-lo de amado. Ela não está a procura. Não se desespera e nem tem medo de ficar sozinha. Sabe que o amor é imprevisível e que dia menos dia, ele esbarra com ela por aí.
Ela anda por aí, com sua beleza única, seu jeito singular, seus sorrisos sinceros, seu olhar esperto, seu coração aberto, louco, doido com sede de amar, suas certezas concretas; e com a esperança de que aquele cara, aquele homem que não é um princípe encantado, mas que se for como ela gostaria que fosse; poderia vir a ser seu amado, esbarre com ela, sem mais, nem menos. Um simples encontro, apenas um simples encontro...
Ela continua andando por aí, e eu por aqui, na esperança de que hoje seja o dia de esbarrar com aquela que eu poderia vir a chamar de meu amor. Mas enquanto isso não acontece, enquanto ela não sabe que eu existo e também ando por aí; ela segue sua vida, pensando, pedindo, desejando, quem sabe, esbarrar comigo...
Eric Maffer